Quando vender as suas Ações? Conheça 4 bons motivos

Saber o momento certo para vender as ações de uma empresa é um dos maiores desafios de qualquer pessoa que investe na Bolsa de Valores. Teoricamente, se o ideal é comprar as ações quando estão baratas, o momento para vender, é quando estas estão caras. Porém, a realidade é mais complexa do que isso. Existem muitos fatores envolvidos, tais como o objetivo financeiro do investidor, o histórico da ação, as perspetivas futuras da empresa, a distância do preço justo, entre outros.

Vale a pena referir, que este artigo é, sobretudo, direcionado aos investidores que compram as ações a pensar no longo prazo (pelo menos, 1 ano). No entanto, investir no longo prazo, não significa limitar-se a manter as ações que comprou e esquecer. É preciso olhar regularmente para a carteira de investimentos, pelo menos, uma ou duas vezes por semana, pois atualmente o mundo está muito mais dinâmico e as tendências estão cada vez mais velozes. As análises mais profundas das ações do portfolio, devem ser feitas trimestralmente.



Quando não deve vender as ações?

Antes de irmos para quando deve vender as ações, vale a pena referir, quando não deve vender as ações que fazem parte do seu portfolio. Assim, quando as ações de uma empresa que tem fundamentos sólidos, não há motivos para vendê-las, só porque a cotação da ação está a cair consideravelmente em variações de curto prazo, com o receio de perder mais dinheiro. Acontece que, as oscilações de curto prazo provocam apenas perdas pontuais no nosso portfolio. Isso é normal no mercado acionista, pois todos os dias os mercados sobem e descem. Estar a vender as ações de boas empresas em períodos de pânico, por causa de oscilações de curto prazo, como muita gente faz, é uma péssima ideia. Recordo que quando o mercado cai 10% é correção e só quando cai mais de 20% em relação ao seu pico máximo, é considerada bear market. As correções na Bolsa são necessárias para haver um crescimento sustentável do mercado a longo prazo.

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CONHEÇA 4 BONS MOTIVOS PARA VENDER AS SUAS AÇÕES

Está com dúvidas sobre se deve vender ou não uma ação que tem no seu portfolio? Então, está a ler o artigo certo. Juntei uma lista de bons motivos para vender as ações, antes do tempo previsto. Existem vários motivos válidos para vender as suas ações, por isso deixo aqui os 4 principais motivos que vão-lhe ajudar a tomar uma decisão:



Empresa sobrevalorizada

O investidor de longo prazo quando compra as ações de uma empresa, é porque fez uma análise para ter uma ideia do valor justo das ações. Portanto, a mesma análise pode ser aplicada para identificar o momento da venda. Assim, quando uma ação sobe muito e, o seu valor intrínseco passa a ser inferior ao preço de negociação. Neste caso, o investidor deve procurar saber se houve alguma atualização nos fundamentos da empresa e, deve, no mínimo, reavaliar a empresa para perceber se a ação ainda guarda algum potencial de valorização. Para perceber se uma empresa está a ter um desempenho realmente acima da média, é preciso levar em consideração o setor em que a empresa está inserida.

O valuation é um dos métodos mais utilizados para obter o valor justo das ações. Ao calcular o valor intrínseco da ação, permite compará-lo com o preço negociado na Bolsa. Assim, se o valor intrínseco da ação for inferior ao preço do mercado, quer dizer que ação está cara. Neste caso, quando a análise fundamental indica que uma ação já está muito cara, pode ser o momento certo de vendê-la.

Uma outra forma de encontrar o preço justo das ações, é comparar os múltiplos com a média histórica da empresa para cada um dos rácios. Os múltiplos mais utilizados são: Price-to-Earnings (P/E), Price-to-Book (P/B), Price-to-Sales (P/S), Price-to-Free Cash Flow (P/FCF), Valor da Empresa/EBITDA, entre outros. Recordo que nenhum múltiplo deve ser utilizado de forma isolada, mas sim complementar com as outras análises. Também deve comparar com os múltiplos do setor, para apurar se a ação pode ser considerada sobrevalorizada/cara.

Saiba mais sobre como calcular o valor intrínseco de uma ação AQUI.


Vários períodos de maus resultados

Os balanços e as demonstrações de resultados são as principais fontes de informação para fazer uma análise fundamental das ações de uma empresa. Se você faz o acompanhamento dos resultados trimestrais das empresas que investiu, vai conseguir perceber se a estratégia da empresa está a ser seguida, assim como o desempenho operacional e financeiro da empresa.

Uma estagnação dos lucros ou a queda nas vendas, não ganhar quota de mercado há algum tempo e não aumentar a distribuição de dividendos são fatores de alerta. Por outro lado, situações como reestruturação da empresa, entrada de nova administração, entre outras, podem levar a empresa a um período de estagnação temporário.

No entanto, se não houver nenhuma justificação para a estagnação, significa que a empresa pode estar no final de um ciclo e as ações tendem a desvalorizar-se. Como é sabido, o que faz o preço das ações a subir é aumentar os lucros. Normalmente, quando as empresas estão a enfrentar dificuldades, tendem a ficar vários anos com menor lucro e aumento de endividamento.

Contudo, um trimestre negativo não quer dizer que a empresa está fadada ao fracasso e as ações devem ser vendidas imediatamente. De acordo com os especialistas, geralmente, é numa sequência de três a cinco trimestres negativos em relação ao trimestre anterior e em comparação com os seus competidores, pois pode ser um mau momento de todo o setor.



Alterações estruturais na empresa/setor

As alterações na atividade da empresa que podem afetá-la de uma forma estrutural, geralmente, fazem aumentar o risco do investimento e, isso pode afastar os investidores da empresa em causa. Por exemplo, uma empresa que é forçada a alienar ativos ou a abandonar um segmento de negócio, forçosamente terá um potencial de lucro e de crescimento diferente do que tinha anteriormente.

Os investidores procuram investir em ações de empresas com fundamentos sólidos e que também apresentem uma boa gestão. A confiança dos acionistas na gestão da empresa também é um fator muito importante, para decidir se mantém ou vende as ações de uma empresa. Assim, se houver uma quebra dessa confiança, provavelmente o acionista (ainda que minoritário) não sentir-se-á seguro para manter uma determinada participação.

Muitas vezes, o setor da economia em que a empresa está inserida, pode estar a atravessar uma fase complicada ou mesmo a caminho de desaparecer, e isso vai afetar certamente os resultados da empresa. Nem sempre é fácil de identificar estas movimentações, mas quando é percecionado pelos investidores, podem causar uma debandada por parte dos acionistas. Por isso, é muito importante examinar o setor, para saber se tem futuro ou não. Por exemplo, há 10 anos atrás, quem investisse no setor de aluguer de filmes, teria que perceber que o setor estava a caminho de terminar e teria que começar a olhar para empresas como a Netflix.



Reequilibrar a diversificação do portfólio

Quando uma determinada ação do seu portfolio valorizou tanto de repente, muito mais do que as restantes ações, passando a representar uma posição demasiada grande na carteira. Neste caso, faz sentido, vender uma parte das ações desta empresa, e aplicar esse dinheiro para comprar mais ações das restantes empresas, reequilibrando, desta forma, a diversificação da carteira de ações.

Vale a pena relembrar, que deve diversificar sempre o portfolio. Isso passa por investir em diferentes empresas, setores e países. Ao diversificar, estamos mais próximos de garantir que o nosso capital continue a rentabilizar, mesmo que um ou outro ativo acabe por gerar perdas. Assim como, é aconselhável investir com margem de segurança, isto é, comprar ações bem abaixo do seu valor intrínseco (subavaliadas), reduzindo assim o risco do investimento.


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Note-se, no entanto, que este conteúdo é puramente de caráter educacional. Não pode ser considerado como aconselhamento de investimento ou recomendação de compra ou venda.

Investir envolve risco de perdas de capital investido, portanto, cada investidor deve fazer sempre o seu trabalho de análise, criar a sua estratégia e investir em concordância.

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