De acordo com um estudo publicado pela CBRE “Global MarketFlash: Covid-19 weights heavily on Q2 commercial real estate investment” a 31 de julho de 2020, os volumes de investimento imobiliário comercial atingiram mínimos históricos no segundo trimestre de 2020, refletindo o impacto das restrições e controles implementados para o combate ao Covid-19.
O volume de investimento global no imobiliário comercial foi de 109 biliões de dólares americanos, um decréscimo de 57% comparado com 2019, o pior trimestre desde 2010. Analisando por região, EMEA (Europa, Médio Oriente e África) e APAC (Ásia-Pacífico) registaram quedas de 38% e 46% no volume total, mas a região das Américas foi o mais infetado com um decréscimo de 70% comparado com 2019.
Investimento global no imobiliário comercial
Fonte: CBRE
O volume de investimentos nas Américas caiu para 43 bilhões de dólares americanos no segundo trimestre, o nível mais baixo desde 2010, representando apenas 30% do volume do segundo trimestre de 2019. Os EUA representaram 93% da atividade de investimento da região. Os ativos industriais foram os mais resilientes apesar de ter registado um declínio de 50% comparado com 2019 no volume de investimentos no segundo trimestre. Duas operações de M&A da Prologis no primeiro trimestre levaram a um aumento de 17% na variação anual do investimento industrial no primeiro semestre de 2020. O volume de investimentos no retalho caiu 74% em relação ao ano anterior no segundo trimestre e os ativos do setor hotelaria foram os mais afetados, com uma queda de 90% no volume, o pior trimestre desde 2003.
O volume de investimentos no EMEA teve uma variação anual negativa de 38%, registando apenas 48 bilhões de dólares americanos no segundo trimestre – uma desaceleração significativamente menos grave do que em outras regiões do mundo e representando 44% do volume total de investimentos globais no segundo trimestre (a sua participação média foi de 33% nos últimos 5 anos). A queda no segundo trimestre no EMEA foi compensada por um recorde no primeiro trimestre deste ano, resultando em um aumento de 2% na variação anual do volume de investimentos no primeiro semestre de 2020.
O volume de investimentos no APAC caiu 46% relativo a 2019, registando apenas 18 bilhões de dólares amerinos no segundo trimestre, o pior trimestre desde 2012. O ressurgimento dos casos de COVID-19 na China, Japão e Austrália e a primeira vaga de infeções na Índia, levantou preocupações sobre as perspetivas económicas da região e prolongou o cronograma de recuperação da atividade de investimento.
O impacto do Covid-19 no setor imobiliário teve um efeito faseado por vários motivos, por um lado a pandemia começou a ganhar dimensão já perto do final do primeiro trimestre e por outro lado grande parte das transações que já tinham assinado promessa de compra e venda foram concluídas. E isso refletiu-se no volume total de investimento no imobiliário comercial, o decréscimo pouco acentuado no primeiro trimestre de 2020 levou a uma redução moderada de 21% no primeiro semestre de 2020. Prevê-se que o segundo trimestre tenha marcado o ponto mais baixo à medida que os países aliviam as restrições e a atividade comercial é retomada. Os investidores procuram uma recuperação gradual a partir do segundo semestre de 2020.
A imagem 2 demonstra claramente o impacto de Covid-19 no volume de investimento, quanto mais acentuado o acréscimo do número de novos caso mais acentuado é o decréscimo no volume de investimento.
Correlação entre atividade de investimento e Covid-19
Fonte: CBRE
Se os níveis de teste, rastreamento e tratamentos melhorarem conforme o esperado no segundo semestre de 2020, o mesmo acontece com a confiança nos negócios e as atividades de investimento. Quando existirem condições de uma maior clareza no nível dos preços e rendas os investidores ficarão mais confortáveis para reiniciar as suas atividades no setor.
Espera-se que antes do final de 2020 comece uma recuperação global da atividade de investimento tendo em conta a melhoria geral na contenção do Covid-19.
