As farmacêuticas fizeram grandes promessas para uma rápida corrida nas vacinas contra a Covid-19. O momento da verdade para os favoritos aproxima-se.
Os primeiros resultados da farmacêutica AstraZeneca Plc que demonstram se a vacina pode impedir as pessoas de contrair o vírus podem surgir em meados de setembro, segundo a Airfinity Ltd., uma empresa de análises que acompanha os testes de medicamentos. A farmacêutica comprometeu-se com 30 milhões de doses para o Reino Unido até o final do mês.
Dos restantes concorrentes, a Moderna Inc. dos EUA e a parceria EUA-Alemanha da Pfizer Inc. e BioNTech SE, também podem ter dados iniciais antes da reunião da Administração de Alimentos e Medicamentos sobre vacinas contra Covid-19 marcada para 22 de outubro, segundo a Airfinity. O governo federal dos EUA já avisou os estados para se prepararem para uma vacina até 1º de novembro. O presidente Donald Trump sugeriu uma data ainda mais cedo referindo de que uma vacina contra o coronavírus “provavelmente” estaria disponível em outubro, contradizendo as avaliações das autoridades de saúde que o mesmo seria improvável.
O quarto candidato, a chinesa Sinovac Biotech Ltd., pode ter resultados preliminares logo após a reunião da Administração de Alimentos e Medicamentos.
Estes primeiros resultados estão longe de ser o ideal. São leituras provisórias, preliminares do estudo, com apenas uma fração dos dados necessários. A Organização Mundial de Saúde advertiu contra a aprovação de uma vacina antes de ter um conhecimento claro sobre os riscos e benefícios do mesmo. Mas com o ressurgimento do vírus na Europa e o agravamento na Índia e nas Américas é urgente ter alternativas.
Os primeiros resultados devem ser suficientes para “dar uma boa ideia sobre para que rumo estamos a caminhar”, referiu o CEO da Airfinity, Rasmus Bech Hansen. “Eles estão a mover mais rápido do que se poderia imaginar.”
As projeções do Airfinity são baseadas em dados disponíveis publicamente sobre a inscrição e o desenho dos ensaios, juntamente com taxas de infeção em locais onde os pacientes estão inscritos.
Todas as quatro vacinas experimentais já se mostraram promissoras em estudos menores projetados para sinalizar quaisquer preocupações sérias de segurança e mostrar se foi possível estimular alguma resposta do sistema imunológico nos candidatos. Os dados de segurança iniciais são essenciais; ao contrário dos medicamentos, as vacinas são normalmente administradas a pessoas relativamente saudáveis e não devem criar riscos graves.
Porém, o derradeiro teste é um estudo grande suficiente para mostrar com alto grau de certeza se uma vacina candidata pode funcionar no mundo real. Isso requer dezenas de milhares de participantes, em comparação com as poucas centenas de pessoas que tomaram as vacinas nos testes iniciais.
