ETF – Saiba o que é e como investir

Um Exchange Traded Fund (ETF) é um fundo negociado em bolsa de valores e pode ser uma alternativa aos fundos tradicionais. Os ETFs têm-se tornado uma opção cada vez mais popular entre os investidores, por estes fundos oferecer acesso low-cost a um cabaz de ações, obrigações ou commodities, com apenas uma transação. Como os ETFs replicam o desempenho dos índices bolsistas mais populares e importantes, conseguem apresentar custos inferiores e limitam-se ao risco de mercado. Existem milhares de ETFs negociados em várias bolsas mundiais. A maioria dos ETFs são negociados na Euronext Amesterdão, Euronext Paris, Londres, Frankfurt e Nova Iorque.

Os ETFs também podem ser uma boa alternativa para quem não dispõe de muito tempo, mas ao mesmo tempo, não perder as oportunidades de lucrar com o mercado acionista.

Neste capítulo, descubra o que é um ETF, as vantagens e desvantagens de investir neste produto financeiro e como poderá fazê-lo.



O que é um ETF?

Um Exchange Traded Fund (ETF) é um fundo de investimento negociado em bolsa de valores, que oferece uma exposição diversificada a um ou vários mercados. Os ETFs podem estar expostos aos mercados de ações, commodities, obrigações, ou uma mistura de ativos. Geralmente procuram replicar os resultados financeiros de um índice de referência, como o S&P500, ou o Euro Stoxx 50. Assim, se o índice subjacente subir 5% o ETF terá um desempenho semelhante e, acontecerá o mesmo se o índice desvalorizar.

Os índices de referência dos ETFs podem cobrir um determinado mercado regional (norte-americano, europeu, asiático, entre outros), um setor específico (tecnologia, saúde, energia, banca, entre outros) ou diferentes classes de ativos (ações, matérias-primas, obrigações, entre outras).

A principal diferença entre o ETF e os fundos de investimento tradicionais é o ETF ser um fundo negociado em bolsa. Assim sendo, tal como nos fundos de investimento, o investidor ao comprar unidades de participação, adquire indiretamente uma pequena parte dos ativos detidos pelo ETF e proporcional ao valor do montante investido.

Como são transacionados em bolsa, é possível comprar ou vender “partes” de um ETF como se fossem ações de uma empresa. Ou seja, também é possível fazer transações de ETF sempre que a bolsa estiver aberta, beneficiando da elevada liquidez. Esta é uma das suas principais vantagens. O preço do ETF está associado a cotação diária do índice subjacente e é calculado de forma automática. Enquanto a compra ou a venda de um fundo tradicional só são processadas uma vez por dia. Apesar destas facilidades, tal como os fundos tradicionais, os ETFs devem servir para investir a longo prazo e de forma diversificada.




Vantagens e desvantagens de investir em ETF

Agora que já sabe como funcionam os ETFs, conheça, de seguida, as principais vantagens e desvantagens de investir em ETF.

As vantagens de investir em ETF são:

Baixos custos – Comparativamente com produtos financeiros similares, as comissões de gestão cobradas são muito mais baixas. Isso acontece por ETFs serem fundos de gestão passiva, que não exigem tomada de decisão de compra e venda de ativos.

Diversificação do investimento – A diversificação é uma das regras de ouro para uma vida financeira saudável. Nunca se deve colocar os ovos todos na mesma cesta. Pode investir em índices setoriais e nichos de mercado específicos (tecnologia, banca, energia, entre outros), o que permite baixar significativamente o risco para o investidor. Mesmo quando um ou outro ativo do ETF desvalorizar consideravelmente, o fundo poderá manter o seu desempenho graças à rentabilidade de outros ativos.

Retorno atrativo – Geralmente, os ganhos proporcionados pelos ETFs são semelhantes aos alcançados com os fundos de investimento tradicionais e superiores aos obtidos com produtos financeiros como depósitos a prazo ou certificados de aforro. Além disso, há ETFs que distribuem dividendos periodicamente, ou seja, é mais uma fonte de rendimento para o investidor.

Elevada liquidez – Como os ETFs estão cotados em bolsa, podem ser comprados ou vendidos a qualquer momento dentro do horário de mercado. Isso permite o investidor transformar o seu investimento em dinheiro rapidamente, em 1 ou 2 dias úteis, no máximo.

Risco relativo – Como os ETFs apostam num cabaz de ativos, reduz significativamente o risco. No entanto, é importante referir, que o risco variará sempre consoante os produtos e mercados em que o ETF se foca.

Enquanto as desvantagens podem ser essencialmente as seguintes:

Investimento de longo prazo – Apesar de haver uma elevada liquidez no mercado que permite comprar e vender ETF facilmente como se fossem ações, não é um produto financeiro de especulação. Ou seja, os ETFs devem servir para investir a longo prazo. Investir a longo prazo é a melhor forma de obter retornos significativos num ETF. É aconselhado manter o investimento num ETF pelo menos 2 anos.

Rendimento variável – Apesar dos ETFs poderem proporcionar bons retornos, trata-se sempre de um investimento de rendimento variável, dependendo do desempenho dos índices de referência, assim como do valor de compra e de venda. Portanto, não há garantia de rendibilidade, nem reembolso do capital investido.



Como investir em ETF?

Para começar a investir em ETF, o investidor tem de abrir uma conta numa corretora ou num banco, que disponibilize o acesso a este tipo de produtos financeiros. Sendo que nos bancos, as comissões de transação podem ser elevadas.

Depois de abrir uma conta de títulos, o primeiro passo é escolher o mercado e a classe de ativos que pretende estar exposto.

Pode focar-se no mercado norte-americano, europeu, emergentes, ou no mercado global. Escolher uma indústria em particular (empresas do setor da tecnologia, banca, energia, saúde, etc…), ou empresas de baixa capitalização. Quanto a classes de ativos, pode escolher entre ações, obrigações, matérias-primas, ou outras. Também há ETFs expostos em várias classes em simultâneo.

O passo seguinte é pesquisar e analisar ETFs associados ao mercado e classe escolhidos, Na hora de escolher o ETF a investir, deve ter em consideração indicadores como o desempenho histórico, o preço, a rentabilidade, ou a taxa de comissões da subscrição do ETF. Pode encontrar estas informações nos respetivos sites de empresas que oferecem ETF de índice na Europa, como a Blackrock (iShares), a Vanguard ou a Amundi. Na Europa, só é possível comprar ETFs cotados em bolsas europeias.

A designação dos ETFs é representativa do mercado, setor ou classe em que se focam e a moeda utilizada. O nome indica-nos ainda outras informações adicionais úteis em abreviaturas, como Dist ou Dis (ETF de distribuição) que distribui dividendos ou juros, e Acc / C (ETF acumulativo) que reinveste os dividendos/juros no fundo.

Por exemplo:

– Vanguard S&P 500 UCITS ETF USD Acc, que segue o desempenho do índice de ações S&P 500, negociado em Dólar e acumula os dividendos no fundo para reinvestir;

– iShares $ Treasury Bond 7-10yr UCITS ETF USD (Dist), segue o índice de obrigações da dívida soberana dos EUA, com maturidades entre os 7 e 10 anos e com distribuição de juros periódicos.

Mais exemplos de ETF:

– Amundi NASDAQ-100 UCITS ETF – EUR (C);

– Vanguard FTSE All-World UCITS ETF USD Acc;

– iShares S&P 500 EUR Hedged UCITS ETF (Acc);

– SPDR S&P Oil & Gas Exploration & Production ETF;

– iShares EuroStoxx 50 UCITS ETF (Dist);

Pode investir num ETF através do seu banco ou através de uma corretora online. Hoje em dia são várias as corretoras reguladas no mercado onde pode investir em ETFs, como DEGIRO, XTB, eToro, ou Interactive Brokers. Se prefere investir através do seu banco, poderá fazê-lo através do homebanking, acedendo a área de negócios e investimentos, caso o banco comercialize este tipo de produto financeiro. Vale a pena recordar, que as comissões são muito mais elevadas nos bancos.


Note-se, no entanto, que este conteúdo é puramente de caráter educacional. Não pode ser considerado como aconselhamento de investimento ou recomendação de compra ou venda.

Investir em ETFs envolve risco de perdas de capital investido, portanto, cada investidor deve fazer sempre o seu trabalho de análise, criar a sua estratégia e investir em concordância.

Não confundir ETFs com CFDs

Um outro instrumento financeiro muito popular no mercado financeiro internacional e, muito semelhante aos ETFs, é CFD (Contract For Difference). Contudo, existem diferenças operacionais significativas entre os CFDs e os ETFs.

O que são CFDs?

Os Contratos por Diferença são habitualmente chamados de CFD porque são as iniciais de Contacts for Diference. Trata-se de um produto financeiro derivado, cujo preço é baseado num outro ativo subjacente, ou seja, implica que as posições do investidor sejam, na realidade, contratos com uma corretora, em vez da compra direta do ativo em causa. Na prática, isso significa que as variações no preço do ativo subjacente vão afetar o desempenho dos CFDs. Os CFDs também podem ter como ativo subjacente qualquer tipo de investimento, tais como ações, matérias-primas, índices, entre outros. Os CFDs são muito utilizados por traders, para fazer short selling (estratégia que consiste em venda a descoberto, apostando na queda do preço de um ativo). Atenção, para o investidor, o investimento em CFD representa um risco muito maior do que investir em ETF, porque os Contratos por Diferença são alavancados. Não é nada aconselhável usar CFDs para investir em ações muito voláteis como SPACs (Special-purpose Acquisition Company, também conhecida como “empresa de cheque em branco”).

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