Jovens no Canadá aconselharão o Primeiro-Ministro

O Primeiro-Ministro do Canadá, o liberal Justin Trudeau, lançou a iniciativa “Conselho da Juventude do Primeiro-Ministro” na sequência da sua promessa eleitoral de garantir uma voz independente e consultiva junto da mais alta esfera do poder executivo do Governo federal canadiano.

Este Conselho da Juventude do Primeiro-Ministro, distingue-se do Conselho Nacional da Juventude do Canadá (homólogo do Conselho Nacional da Juventude – CNJ), nos seguintes aspectos:

  • Composto por 30 jovens, com idades compreendidas entre os 16 e os 24 anos;
    • gap etário garante que a geração mais afectada pelas políticas económicas é ouvida.
  • Os jovens serão oriundos de todas as entidades federais (Províncias e Territórios) e de diversos backgrounds socioeconómicos;
    • A diversidade de backgrounds garante um painel diversificado de opiniões e pontos de vista.
  • Aconselharão, de forma apartidária, o Primeiro-Ministro em questões relacionadas com o emprego, acesso à educação, fortificação sociedade civil, alterações climáticas, crescimento verde/limpo, entre outros;
  • Terão que dedicar entre 10 a 20 horas mensais aos trabalhos do referido Conselho, incluindo reuniões;
  • As reuniões são organizados de forma descentralizada, podendo ser presenciais ou sobre a forma de videoconferência;
  • O mandato dos Conselheiros é de apenas 2 anos e não renovável;
    • A duração do mandato garante  que existe uma voz representativa das gerações dos Conselheiros e consequentemente uma renovação das visões e opiniões apresentadas.
  • Os candidatos são seleccionados com base no CV, sendo que o Governo federal canadiano dará preferências aos jovens com elevado grau de participação social e de voluntariado (incluindo criação de iniciativas) nas comunidades em que se encontram inseridos, bem como o seu background académico.

O Primeiro-Ministro do Canadá pretende desta forma criar um Conselho de Juventude formado por jovens desligados do ambiente partidário mas com grande participação social, ou seja, com um grande contacto directo com as realidades em que se encontram inseridos.

Esta liberalização da voz da juventude canadiana pretende ser um complemento aos conselhos de juventude partidários e comunitários existentes e formalizados, pretende dar voz a jovens líderes independentes no seio da formulação de políticas nacionais, que de outra forma poderiam nunca participar na formulação das mesmas.

A realidade portuguesa regional e nacional é completamente diferente, uma vez que o acesso das vozes dos jovens encontra-se completamente filtrada pelas estruturas legalmente previstas, impedindo que líderes de comunidades, o “simples e comum” jovem seja de certa forma “obrigado” a participar numa estrutura para fazer ouvir a sua voz.

O processo implementado no Canadá revela-se mais simples e meritocrático, mais participativo e consequentemente mais perto das reais preocupações dos jovens, em especial as relacionadas com a estabilidade económico-financeira e a empregabilidade.

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