11 dicas essenciais para conduzir uma entrevista de emprego

Escolher quem contratar é uma das mais importantes decisões em Recursos Humanos, e de todos os instrumentos utilizados pelas organizações para seleccionar candidatos, a entrevista é o mais utilizado.
A entrevista envolve um conjunto de regras, mais ou menos estruturação e, acima de tudo, envolve risco. De facto, a entrevista pode carecer de validade como um meio de fazer previsões sólidas do desempenho do candidato, na medida em que depende da competência e subjectividade do entrevistador e não avalia necessariamente a competência face às exigências do posto de trabalho em particular, podendo levar a julgamentos enviesados. Ou seja, existem tendências e erros que enfraquecem o sucesso de uma entrevista.

Foi estimado que em 85% dos casos, os entrevistadores já se tinham decidido antes de a entrevista iniciar, com base nas primeiras impressões extraídas do curriculum vitae dos candidatos, das referências e da aparência pessoal. Além disso, assim que a entrevista começa e mesmo antes do candidato começar a falar, são criadas impressões no modo como este entra pela porta, no seu aperto de mão (se é firme e confiante), na sua postura, se sorri ou não. Portanto, verifica-se uma forte influência das expectativas do comportamento socialmente aceite e as desenvolvidas pelas impressões referidas acima, dando origem profecias auto-confirmatórias. Isto é, se as impressões forem negativas, o entrevistador procura informação negativa para confirmar as suas expectativas iniciais e, se as impressões forem positivas, enfatiza a informação positiva para confirmar as suas expectativas iniciais, tratando melhor os entrevistados. A informação negativa tem mais peso do que a positiva sendo, portanto, uma tarefa muito complicada para o candidato anular uma primeira impressão negativa e conquistar o entrevistador.

Para contornar esta problemática das tendências do entrevistador, o primeiro passo é reconhecer que estamos sujeitos a estes enviesamentos, o segundo passa por encontrar formas de ultrapassar a questão. Conheça abaixo algumas dicas que podem ajudar a escolher o candidato ideal:

1. Como entrevistador deve tratar todos os candidatos com justiça, igualdade e consistência. Deve evitar o uso de estereótipos já que estas criam enviesamentos. Deve estar atento para não deixar que a atractividade, o género, a idade, a raça e o sotaque dos candidatos distorçam as suas avaliações e sejam discriminativos.

2. É muito importante saber o que se procura num candidato ideal. Por isso, um maior conhecimento da função traduz-se numa melhor entrevista. Um descritivo de função muito vago ou ambíguo leva a que os entrevistadores tenham ideias vagas sobre os factores de sucesso daquela função, tomando as suas decisões baseados em estereótipos incorrectos sobre aquilo que é ser um bom candidato, fazendo uso da intuição.

3. Deve seguir um plano de entrevista estruturado que vai ajudá-lo a alcançar a equidade no processo.

4. O candidato deve sair da entrevista com a sensação de que a empresa e o entrevistador o trataram de forma justa e com dignidade. Esta questão torna-se ainda mais importante quando o resultado da entrevista não é favorável.

5. O entrevistador deve ser relembrado de que é o representante da organização, por isso cabe a este garantir que o candidato se sente à vontade e confortável durante a entrevista, independentemente do seu resultado.

6. Tem em atenção para não falar demasiado e os candidatos não ter tempo para responder às questões ou, na situação oposta, deixar o candidato dominar a entrevista sem conseguir fazer todas as perguntas.

7. Rever a entrevista logo após a saída do candidato permite minimizar julgamentos precipitados. Deve ser feito um registo das respostas, uma posterior revisão e só depois deve ser tomada uma decisão.

8. É importante que o entrevistador faça uma comparação das avaliações dos diferentes candidatos entrevistados. No final, pode haver apenas um candidato excelente, mas muitas vezes há dois ou três. Nestas circunstâncias, o entrevistador deve ter uma visão equilibrada sobre quais os candidatos que mais se ajustarão à função e à empresa.

9. O entrevistador não deve deixar-se influenciar pelo factor clone, isto é, o entrevistador dá classificações mais altas à competência de candidatos que têm características semelhantes a ele próprio, em vez de fazer uma comparação com os requisitos da função.

10. Deve ter também em atenção em não cair no “erro da ordem” pela qual os candidatos são entrevistados, porque isso vai influenciar o modo como são avaliados. Por exemplo, contrastando com candidatos desfavoráveis entrevistados primeiro, um candidato mediano irá parecer melhor do que realmente é.

11. O entrevistador deve tomar e guardar notas sobre as razões da sua escolha e o porquê dos candidatos terem sido rejeitados.

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